sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Meu Primeiro Conto Publicado - Especial (conto número 5)

Sinopse: Um perito criminal que em certa noite encontra uma linda e misteriosa mulher...

Notas: Este seria o meu conto número 5 (eu identifico as minhas ideias para diferentes contos por números, pela ordem em que as ideias vão surgindo), mas será o primeiro a ser publicado por ser o primeiro a ter sido finalizado xD Meus outros contos ainda estão em processo de serem escritos ou revisados. Confesso que estou muito nervosa com a reação das pessoas e peço que considerem que este é apenas um começo. É uma experiência, um treinamento para que eu possa aprimorar minhas histórias com o tempo. Gostaria muito que me dessem uma opinião a respeito do texto e me perdoem por algum eventual erro de gramática. Apesar de eu ter feito uma revisão, sempre há possibilidade de algum erro ter escapado.

Especial

Por Claudia Mina

Eu ficara até o escurecer analisando as pistas; solucionar os mistérios de crimes fazia parte da minha rotina, mas por algum motivo, aquele caso me intrigava mais que os outros. De repente, algo surgiu em minha mente como um estalo luminoso.

- O assassino pode ser uma mulher!

Aquela era uma ideia realmente intrigante. Não era incomum que mulheres cometessem crimes, mas assassinatos em série... aquilo era realmente raro. No entanto, aquela hipótese poderia explicar uma sutil diferença de estilo, uma certa “elegância” ao matar, por não achar um termo melhor. No local dos crimes não havia nenhum sinal de violência; as vítimas não pareciam ter reagido. Porém, havia um padrão, as vítimas eram sempre homens entre 25 e 35 anos, solteiros, entre 1,78 e 1,83, de 70 a 80 quilos, cabelos curtos, castanho claro. Ri com bom humor após me relembrar das características.

- Poderia ser eu!

Bom, já era hora de ir embora. Eu sabia quando chegava o momento em que eu não conseguiria mais estudar o caso com clareza e eu precisaria descansar. Guardei minhas coisas e meus óculos, peguei minha mochila e fui embora para casa. No meio do caminho, porém, deparei-me com um bar. Fazia algum tempo que não frequentava aqueles locais, que faziam parte de uma vida de universitário que não existia mais. Não sei por que, resolvi entrar e me sentar ao balcão.

Antes que eu pudesse fazer meu pedido, percebi que uma jovem se aproximava de mim e por alguns instantes, esqueci completamente quem eu era e onde eu estava. Cabelos negros lisos, olhar penetrante e vestido vermelho, era a mulher mais linda que eu havia visto na vida. Meu coração disparou quando ela sorriu para mim e sentou-se ao meu lado. Minhas mãos tremiam e eu me sentia como um tímido adolescente outra vez. Olhei para ela novamente e ela sorriu de novo, não sei como, mas consegui puxar conversa. Meu nervosismo de antes foi aos poucos indo embora e eu já conversava com ela com naturalidade, como se nos conhecêssemos há muito tempo. Pensava comigo mesmo que sempre vivi minha vida despreocupado, divertindo-me sem fazer planos e nunca me preocupara muito com relacionamentos sérios. Naquele momento, porém, lembrei de que se um dia eu achasse alguém especial, não haveria outras mulheres para mim, aquela seria a mulher da minha vida.

No final da noite ela se despediu de mim com um sorriso, aquele sorriso lindo, aquele sorriso meigo e divertido, deixou o número de telefone e disse para eu ligar.

Com um pouco de nervosismo liguei para ela... para então descobrir que aquele número não existia. Fiquei intrigado, não acreditei que a moça havia passado o número errado se ela parecia querer me ver novamente. Então, decidi que eu iria achá-la de qualquer jeito. Resolvi procurá-la da mesma maneira que fazia quando investigava um crime, não deveria ser tão difícil encontrá-la... Contudo, surpreendi-me após uma semana de que eu não fazia a menor ideia de onde ela poderia estar.

Na noite de quarta-feira, sai do meu trabalho chateado, não havia descoberto o paradeiro da minha adorada, nem do assassino em série. Quarta-feira era o dia em que o assassino agia; na manhã seguinte eu teria notícia de mais um corpo encontrado, porém, confesso que o que mais me afligia era não poder ver aquela jovem que eu havia encontrado no bar.

As ruas estavam desertas, pois já eram altas horas da noite. Não havia ninguém por perto quando comecei a atravessar a ponte que se arqueava sobre o rio mais famoso da cidade. Quando estava quase chegando ao outro lado, comecei a ouvir passos ecoando pela noite silenciosa. Pelo som, parecia ser um par de um calçado de salto alto me seguindo. Virei-me para trás intrigado e qual não foi minha surpresa quando vi quem eu procurara todos esses dias do outro lado da ponte. Meu coração se acelerou, ela estava então com um vestido preto e um sorriso no rosto.

- Tenho uma surpresa para você – ela disse.

Deixei que ela se aproximasse de mim e quando ela chegou bem perto, vi que ela escondia algo que segurava com suas mãos por trás de suas costas. Em um movimento rápido, ela trouxe o que segurava à frente do seu corpo e me mostrou o que tanto escondia.

- Para você – ela disse.

Eu tomei o buquê de flores em minhas mãos e comecei a rir.

- Não gostou do presente? – ela perguntou com bom humor.

- Eu gostei do presente – pausei um pouco para tomar fôlego – é que eu nunca havia recebido flores de uma mulher.

- Você gostou?

- Claro que gostei – eu disse com bom humor.

- Eu tenho algo pra mostrar para você, você gostaria de ver?

- Claro que sim!

- Não está aqui, está no meu apartamento. Quer vir comigo?

É claro que aceitei—aquele não era o tipo de convite para se recusar. Após caminhar por alguns minutos pelas ruas escuras, chegamos a um prédio antigo. Subimos as escadas até o terceiro andar e quando ela abriu a porta, meus olhos se surpreenderam com a cena.

- Era isso que eu queria mostrar – ela disse.

Entrei na sala e ela fechou a porta.

Todas as paredes do apartamento estavam cobertas por desenhos, todos lindos e perfeitos. Havia pessoas de todas as idades em cenas do cotidiano, andando na praça, fazendo compras, jogando, brincando, trabalhando. Nunca antes eu havia visto traços de tanta perfeição, era como se as pessoas pudessem sair dos quadros vivas. Andando um pouco mais pelo apartamento, surpreendi-me ao me ver. Lá estava eu em grafite sentado ao bar.

- Mas como...?

Pelo jeito que as pessoas eram desenhadas com tantos detalhes, parecia que elas haviam posado para os quadros, mas eu tinha certeza de que não vi a jovem tirar nenhuma foto minha ou pegar algum caderno de desenho para esboçar meus traços.

- Eu tenho memória fotográfica – ela explicou. – Só vejo uma pessoa por alguns instantes e lembro de tudo. Lembro de todas as feições, das roupas, de tudo.

- É realmente um talento especial – eu disse com admiração.

Eu passei a noite com ela e ao amanhecer eu tive certeza de que aquela era a mulher da minha vida, aquela era a mulher mais maravilhosa do mundo.

Quando cheguei ao meu trabalho, surpreendi-me ao tomar conhecimento de que nenhum corpo fora encontrado até então. E nenhum corpo fora encontrado naquela semana. Aquilo me deixara intrigado, o assassino estaria tentando dar um tempo, despistar as investigações?

Continuei estudando o caso naquela semana, sem encontrar nada que me ajudasse a solucioná-lo.

Era uma quarta-feira quando saí do meu trabalho e fui me encontrar com a minha jovem adorada. No dia anterior ela dissera que tinha algo para me dizer num lugar especial. Fui caminhando ao local que ela indicara e percebi que estava debaixo da ponte, ao lado do rio. Realmente não parecia um lugar muito bonito, mas resolvi deixar aquele pensamento de lado, se ela queria se encontrar comigo lá... Vi alguns navios passando ao longe e as luzes da cidade enquanto esperava. Eu não sabia o que, mas havia algo que me intrigava naquele local... Foi quando ela apareceu de batom vermelho, vestindo um sobretudo escuro. Num momento repentino, uma constatação se revelou como um flash de luz na minha mente. Aquele era o local onde o primeiro corpo havia sido encontrado. Aquele era o local do primeiro assassinato.

Não havia um sorriso no rosto da jovem quando ela falou comigo num tom sério.

- Por todo esse tempo eu procurei por alguém especial e finalmente eu encontrei – ela disse emocionada.

Assustado enquanto ela se aproximava de mim, agradeci em silêncio por sempre carregar a minha arma comigo... Porém, não precisei usá-la.

FIM



Notas: Neste conto, o personagem principal é um homem que se dá conta de que por toda a vida esteve à procura de alguém especial. O ponto que eu queria retratar era se uma suposta assassina, que comete crimes friamente, no fundo também não estaria em busca de alguém especial xD Como puderam perceber, é um texto mais “light”, procurei escrever de uma maneira mais descontraída, sem toda a tensão que uma história sobre um assunto poderia ter. Posso dizer que este é um texto relativamente bem-humorado. Por favor, peço para que deixem seus comentários. Muito obrigada por terem lido. 

9 comentários:

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  2. Novamente, a sua maneira de descrever personagens é muito boa. Você da vida a eles, faz parecerem reais.

    No início me pareceu que seria um conto bem clichê, mas me surpreendeu. O final meio em aberto foi uma ótima ideia, e achei a cena no apartamento sutil e interessante, e totalmente inesperada :)

    Digo que gostei. É um conto bem escrito.

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    1. Obrigada pelo elogio sobre a descrição de personagens. Fico feliz por ter se surpreendido :) Muito obrigada pelos comentários, sinto que está valendo a pena escrever :)

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    2. Que bom que se sente assim. Fico feliz em poder ajudar :)

      Depois da uma passada lá nos meus tumblrs:
      http://ourunderworld.tumblr.com/
      http://asiasto.tumblr.com/post/64744093300/asas-another-side-another-story-o-comeco

      Queria saber sua opinião :)

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    3. Vejo assim que possível. Eu estou quase sempre ocupada com algum texto ou em outros compromissos, por isso estou com pouco tempo para me dedicar a ler algo novo. Estou trabalhando no meu próximo conto a ser publicado no momento. Peço para que tenha um pouco de paciência, lembrarei dos seus tumblrs.

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    4. Sem problema Claudia :). Cuida das suas coisas primeiro e vê lá quando puder.

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  3. Olá!
    O conto foi muito bem escrito, adoro o jeito que você descreve os ambientes e deixa a leitura fluir naturalmente. Confesso que achei bem inusitado esse romance entre o investigador e a assassina (espero sinceramente que isso não aconteça na vida real rs). Mas ressalta um ponto a se pensar, pelo menos eu fiquei pensando... se assassinos em série podem amar alguém (se eles amam é de um jeito bem estranho, convenhamos). Ótimo desfecho para a história!
    Bjs!
    http://marcasindeleveis.blogspot.com.br/

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    1. Olá!
      Fico feliz que goste da minha maneira de descrever ambientes, que bom que a leitura flui naturalmente! Também espero que investigadores e assassinas não estejam tendo romances na vida real, algumas coisas são melhores que fiquem apenas na ficção rs. Acho que assassinos em série não conseguem amar de verdade, não se forem psicopatas, que acredito que sejam na maioria dos casos. Acho que o assassino até pode se iludir e pensar que está amando, mas acho que esse amor não seja o amor real e saudável que as outras pessoas conhecem. Fico feliz que também tenha gostado do desfecho da história!
      Beijos!

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